09/05/2025 | 18:25 | AEN
Habemus Papam: em visita ao Paraná em 2004, novo Papa impressionou pela simplicidade
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Anunciado na quinta-feira (8) como o sucessor de Francisco no comando da Igreja Católica, o Papa Leão XIV já esteve no Paraná. Em 2004, o então Frei Robert Prevost ocupava o cargo de prior-geral da Ordem de Santo Agostinho e esteve em comunidades agostinianas em Curitiba e Rolândia, no Norte do Estado, além de passar também por Ponta Grossa, nos Campos Gerais.

O Estado conta com duas comunidades da Província Agostiniana, a qual o novo Papa pertence: a Paróquia São Pedro Apóstolo e Nossa Senhora de Fátima, em Rolândia, e a Paróquia Nossa Senhora da Cabeça, na Cidade Industrial de Curitiba. Foi nesses lugares que Frei Robert fez suas visitas pastorais no início dos anos 2000, uma das missões pertinentes ao superior da Ordem.

Natural de Bela Vista do Paraíso, o Frei Maciel Alves Bueno se mudou ainda criança para Rolândia, onde começou a se envolver com as atividades da igreja. Ordenado em 2002, no ano seguinte ele assumiu como reitor do Seminário Santo Agostinho na cidade em 2003, cargo que ocupava quando o Frei Robert visitou a comunidade no ano seguinte.

É ele quem aparece em fotos ao lado do novo Papa em uma missa celebrada Paróquia de São Pedro naquele ano. “Como superior, uma de suas responsabilidades era visitar comunidades ao redor do mundo e incentivar os frades na vida pastoral. Foi isso que ele veio fazer em Rolândia. Ele ficou hospedado no nosso seminário por três ou quatro dias, conversou com cada frade individualmente. Ele também visitou nossas obras na cidade, que na época eram o seminário e a paróquia, celebrou missas e conversou com algumas pessoas”, contou.

“Na época ele era um frade como nós. Ocupava uma posição importante na Ordem, mas ainda não tinha sido ordenado bispo. E muito por causa da nossa espiritualidade enquanto agostinianos, a relação com ele foi sempre de muita proximidade”, disse Frei Maciel. “O novo pontífice é uma pessoa tranquila, simples e bem humorada, que conversa com outras pessoas. Foi isso que ele mostrou em Rolândia, muito bom humor e carisma, dava risada, abraçava. A gente até brincava com os outros frades: vai dar um abraço no chefe. E ele acolhia todos com muita tranquilidade”

Frei Maciel conta ainda que esteve em outras ocasiões com Frei Robert, agora Papa Leão XIV. Após a fumaça branca subir pela chaminé, o momento em que o novo papa apareceu na varanda da Basílica de São Pedro foi de muita emoção para os frades agostinianos. “Eu estava em comunidade com outros confrades e a gente pulou, gritou, chorou por ver um irmão nosso se tornar o sucessor de São Pedro e do Papa Francisco. Agora vem a responsabilidade, porque precisamos apoiá-lo nessa missão”, afirmou.

A Ordem de São Agostinho (OSA) foi fundada em 1244 pelo Papa Inocêncio IV. É composta pelos frades mendicantes, que fazem votos de pobreza, renunciando qualquer tipo de propriedade, e seguem a linha de pensamento de Santo Agostinho. No Brasil, tem duas divisões administrativas, a Província Agostiniana Consolação e a Província Agostiniana do Brasil, esta presente no Paraná, São Paulo e Goiás, com aproximadamente 50 frades espalhados por esses estados. O Papa Leão XIV era, atualmente, o único cardeal da Ordem e se tornou o primeiro pontífice agostiniano.

Assinatura do Papa

O período de Frei Robert como prior-geral dos agostinianos deixou outras marcas no Paraná, inclusive um documento assinado por ele. Uma das paroquianas de Rolândia é Marlene Vieira da Silva, que é mãe do Frei Rodrigo, que foi ordenado na Paróquia São Pedro Apóstolo e Nossa Senhora de Fátima em 2012.

Como mãe de um frade agostiniano, ela se torna afiliada à Ordem. É justamente seu documento de afiliação que conta com a assinatura do Frei Robert Francis Prevost. “Doravante a consideramos membro de nossa família do mesmo modo que aqueles que o são pela profissão dos votos religiosos”, diz o documento, que é guardado emoldurado por Marlene.

Relação do Paraná com o Papa

Em julho de 2025 se completará o aniversário de 45 anos da visita do Papa João Paulo II a Curitiba, em meio a uma viagem que passaria por 13 cidades brasileiras. O evento é considerado um dos que mais reuniram pessoas na história do Paraná. Todos queriam ver e saudar o Sumo Pontífice, uma figura carismática e respeitada, que ultrapassou as fronteiras da Igreja Católica..

Na chegada à cidade, vindo de Porto Alegre, beijou o solo paranaense assim que desceu do avião, às 16h30 do dia 5 de julho de 1980. A bordo de um Ford Galaxie Landau preto, modificado, com abertura de um teto solar, a santidade partiu em carreata até o Estádio Major Antônio Couto Pereira. Na época ele tinha 60 anos.

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