19/05/2025 | 16:05 | CGN
Bebê morto encontrado dentro de lixeira em Cascavel pesava 2,3 Kg e tinha 46 cm; roupinhas foram encontradas ao lado do corpo
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Na manhã desta segunda-feira (19), o delegado Fabiano Moza, da Delegacia de Homicídios de Cascavel, concedeu entrevista para atualizar o caso que chocou a cidade: o encontro do corpo de um bebê em uma lixeira ao lado do Colégio Cívico Militar do bairro Brasmadeira, na região norte da cidade. A ocorrência foi registrada na noite de quinta-feira (15), após uma funcionária do colégio encontrar a sacola com o corpo ao descartar o lixo.

Segundo o delegado, até o momento nenhuma denúncia oficial foi registrada nos canais formais da Polícia Civil, embora alguns relatos informais de moradores do bairro Floresta tenham sido recebidos. “Estamos oficiando a Secretaria de Saúde para tentar levantar mais informações. É fundamental que as denúncias sejam feitas oficialmente, pelos canais corretos, para que possamos avançar na investigação”, destacou Moza.

Os canais para denúncias são os telefones 197, 181, ou ainda o número direto (45) 3301-5700. As denúncias podem ser feitas de forma anônima.

Exames complementares em Curitiba

O corpo do bebê foi recolhido e encaminhado ao Serviço de Verificação de Óbito (SVO) do Hospital Universitário do Oeste do Paraná (HUOP). No entanto, o laudo definitivo ainda não está pronto, pois exames complementares foram enviados a Curitiba para confirmar a causa da morte e esclarecer se o caso se trata de aborto, infanticídio ou homicídio.

“O laudo vai ser determinante para sabermos se o bebê chegou a respirar, o que muda completamente a tipificação do crime. Estamos aguardando os exames complementares, que devem ficar prontos em um ou dois meses”, explicou o delegado.

Câmeras não captaram o momento

A investigação enfrenta um desafio adicional: as câmeras de segurança do colégio não registraram o momento em que a sacola foi deixada no local. “A câmera da portaria estava funcionando, mas a que poderia ter flagrado a lixeira estava voltada para o estacionamento”, afirmou Moza.

Feto tinha 2,3 kg, 46 cm e era do sexo feminino

De acordo com o delegado, o feto encontrado era uma criança do sexo feminino, com 2.380 gramas e 46 centímetros. Ela estava em um saco de lixo junto com a placenta, o que indica que o nascimento foi recente.

Chamou a atenção das autoridades o fato de haver uma roupa azul de bebê, nova, colocada sobre a sacola. “Isso pode ser uma pista importante. Se alguém souber de uma doação recente de roupa azul de bebê ou de alguma mulher que tenha engravidado recentemente e agora não está mais com a criança, pedimos que denuncie”, reforçou o delegado.

A direção do colégio e a funcionária que encontrou o corpo já foram ouvidas formalmente.

Investigação segue

Enquanto aguarda o laudo técnico, a Delegacia de Homicídios foca na identificação da autoria do crime, ponto considerado essencial para a responsabilização legal. “Seja aborto, infanticídio ou homicídio, o que importa neste momento é encontrar quem é a mãe e o que, de fato, aconteceu com essa criança”, concluiu o delegado.

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