19/08/2025 | 10:00 | AEN
Teoria e prática: Estado promove aulas sobre análise criminal e leitura da violência
AEN

A Secretaria da Segurança Pública do Paraná (Sesp) promoveu nesta segunda-feira (18), em Curitiba, a aula inaugural da segunda edição do Curso de Análise Criminal, uma iniciativa que busca padronizar a leitura dos dados da violência no Estado para a criação de políticas públicas cada vez mais eficientes na prevenção ao crime. Participam, além de policiais civis e militares, membros do Ministério Público do Estado do Paraná (MPPR).

“Queremos usar uma política de gestão orientada por resultados, por dados, para que as forças de segurança utilizem as informações para a atividade operacional, seja da Polícia Militar no planejamento preventivo, ou da Polícia Civil com a investigação e inteligência”, explicou o chefe do Centro de Análise, Planejamento e Estatística (Cape) da Sesp, tenente-coronel, Cláudio Todisco Silveira.

De acordo com ele, a compreensão dos dados pelas forças de segurança pública e pelo MP gera clareza na elaboração de políticas públicas no enfrentamento ao crime, o que reflete na percepção de segurança da população. “Um estímulo para que os cidadãos procurem as polícias ao testemunharem um crime. Os registros são importantes para um desenho operacional com dados que reflitam a realidade”, disse Silveira.

O curso é de duas semanas com imersão completa a teorias e ferramentas que vão auxiliar nos trabalhos práticos dos policiais civis e militares e membros do Ministério Público. A aula inaugural foi ministrada pela professora, pesquisadora do Centro de Estudos de Criminalidade e Segurança Pública (Crisp) da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Ludmila Mendonça Lopes Ribeiro.

Ela apresentou dados de análise de segurança pública globais, com comparativos entre as metodologias usadas nos Estados Unidos - referência por utilizarem a série histórica mais longa, União Europeia e estados brasileiros. De acordo com ela, a compreensão desses dados auxilia a polícia e Ministério Público a prestar um melhor serviço à população. O foco da palestra foi sobre os homicídios dolosos.

“O comparativo com dados de outras localidades ajuda a entender a realidade no Paraná para a elucidação de crimes e em que medida a análise de determinadas características permitem concentrar mais esforços”, explicou ela, destacando pontos como as prisões em flagrantes, tempo de investigação e tipo de arma e métodos utilizados no cometimento dos crimes.

“Um crime recente dá à polícia mais chances de elucidação do que um acontecido há mais de dois anos, por exemplo”, citou a professora. Segundo ela, a resposta rápida no esclarecimento dá à população uma sensação de segurança maior e gera comprometimento para que as pessoas sintam-se confortáveis para denunciar.

“Quanto mais delitos se elucidam, maior a chance de condenação e com isso, a prevenção e a percepção dos cidadãos de que os custos do cometimento dos crimes é efetivamente aplicado pelo Estado”, afirmou. “A população é quem mais percebe as mudanças, ela se torna mais suscetível a auxiliar nos trabalhos da polícia”.

Integração

Para o promotor de Justiça Ricardo Casseb Lois, do Grupo de Atuação Especializada em Segurança Pública do MPPR, a integração é fundamental para a análise dos dados da criminalidade. “Um trabalho direcionado pelos dados tem muito mais efetividade, nada melhor que as várias frentes que atuam no tema da segurança pública somem esforços para mostrar resultados à população”, afirmou.

“A integração traz muitos benefícios. O Ministério Público faz suas próprias análises, baseadas em nossos dados, mas a integração proporciona, por exemplo, aproveitar avanços da segurança pública paranaense, como o pioneirismo na criação do Boletim de Ocorrência Unificado ou dos Inquéritos Policiais Eletrônicos”, explicou.

O Curso de Análise Criminal acontece na Secretaria da Segurança Pública do Paraná, em Curitiba, com duração de duas semanas. São 30 inscritos que acompanham aulas de Fundamentos de Análise Espacial para Produção de Evidências; Métodos de Análise Criminal e Produção de Conhecimento; e Elaboração de Projetos de Intervenção. A primeira edição do curso aconteceu em maio.

ÚLTIMAS NOTÍCIAS
Cerimônias acontecem anualmente, nos meses de julho e novembro
Publicado hoje as 10:00