O Estado do Paraná vem fortalecendo de forma significativa as relações comerciais com o Paraguai nos últimos anos. Em 2024, as transações envolvendo o Paraná e o país vizinho totalizaram US$ 1,47 bilhão, considerando a soma das importações e exportações, o que representou aumento de 78% em relação à mesma corrente de comércio de 2019 (US$ 826,65 milhões).

Especificamente no caso das exportações houve um salto de US$ 433,81 milhões em 2019 para US$ 632,22 milhões em 2024. A pauta é bastante diversificada, incluindo fertilizantes, produtos químicos, tratores e equipamentos agrícolas, cereais, refrigeradores e automóveis, entre outros. As exportações do Estado para o Paraguai refletem sobremaneira a estrutura produtiva paranaense, que se estende desde os produtos do agronegócio, que é uma das vocações locais, até os segmentos que ofertam bens de alto conteúdo tecnológico e relevante agregação de valor.

Já no que se refere às importações de mercadorias paraguaias, que cresceram de US$ 392,84 milhões em 2019 para US$ 839,12 milhões em 2024, é possível notar a prevalência de matérias-primas que abastecem as cadeias agroindustriais paranaenses, como a soja e os cereais. Todavia, também são consideráveis as aquisições de outros bens, como os materiais elétricos e as confecções, o que ressalta o saudável nível das trocas comerciais entre o Paraná e o Paraguai.

Esse estudo do Ipardes em cima dos dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) ajudou a embasar o encontro desta terça-feira (09) entre o governador Carlos Massa Ratinho Junior e o presidente do Paraguai, Santiago Peña, em Curitiba. O objetivo é ampliar as parcerias e investimentos, além das relações comerciais entre o Paraná e o país vizinho. Empresários e entidades de vários setores acompanharam o encontro.

Ratinho Junior destacou a forte relação entre o Paraná e o Paraguai, resultado da proximidade, mas, também, da cultura e condições geográficas muito parecidas. “Tivemos a oportunidade de reunir diversos setores empresariais do Estado, com alguns deles já atuando no Paraguai, e outros interessados em expandir seus negócios para atender a América do Sul a partir do país vizinho. O Paraná é o vizinho mais próximo do Paraguai, junto com o Mato Grosso do Sul, e mantém uma relação diária de negócios”, afirmou o governador.

O Paraguai é o sexto maior parceiro comercial do Paraná. Entre janeiro e agosto, a China foi o maior comprador do Estado, com US$ 3,75 bilhões em produtos paranaenses. O segundo maior parceiro é a Argentina, com US$ 1,24 bilhão. Na sequência estão Estados Unidos (US$ 933 milhões), México (US$ 600 milhões), Índia (US$ 445 milhões), Paraguai (US$ 425 milhões), Peru (US$ 368 milhões), Emirados Árabes Unidos (US$ 360 milhões), Chile (US$ 360 milhões) e Irã (US$ 356 milhões).

“Nossa relação é de longa data e vai além da economia: é também política e cultural. Temos o maior empreendimento binacional, que é Itaipu e, além disso, há quase meio milhão de brasileiros vivendo no Paraguai, muitos deles vindos do Paraná. Essa integração cultural reforça ainda mais a parceria entre nossos povos”, salientou o presidente Peña.

Expo

O encontro também acontece no âmbito da Expo Paraguai Brasil, que acontece em Ciudad Del Este. Essa é uma feira multisetorial que promove oportunidades de conexões entre empresários da região para a realização de negócios entre os países e para oferecer acesso a informações sobre tendências do mercado regional.

A expectativa é reunir, em três dias de evento, mais de 5 mil participantes entre empresários, executivos e investidores do Brasil, Paraguai e de outros países. Serão mais de 140 estandes, além de painéis, conferências e espaços setoriais, criando um ambiente único para networking e fechamento de parcerias em poucos dias.

A Expo Paraguai Brasil é um espaço estratégico para a realização de novos negócios. Na última edição, em 2024, movimentou mais de US$ 203 milhões e se firmou como uma plataforma de prospecção e networking. A programação conta com rodada de negócios, conferências, exposições, palestras e mais.

Confira os dados comerciais de 2024: