10/10/2025 | 08:35 | EBC
Parlamento peruano derruba presidente Dina Boluarte
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A presidente peruana, Dina Boluarte, foi destituída na madrugada desta sexta-feira (10) pelo Congresso, no momento em que o país enfrenta uma onda de crimes.

"A destituição da presidente foi aprovada", anunciou o presidente do Parlamento do Peru, José Jerí, ao final de uma sessão à qual Dina Boluarte não compareceu, apesar de ter sido convocada.

Jerí assume agora o poder interinamente até as eleições gerais de abril de 2026.

Várias pessoas comemoraram a decisão em frente ao Parlamento, agitando bandeiras peruanas e carregando cartazes com slogans contra a líder de 63 anos.

Destituída, Dina Boluarte perde a imunidade e fica agora sujeita a possíveis processos judiciais que podem levá-la à prisão.

A chefe de Estado foi convocada para uma sessão plenária a partir das 23h30 locais dessa quinta-feira, de acordo com resolução aprovada pelo Congresso.

As principais forças políticas apresentaram cinco moções de destituição, e a análise de quatro delas foi aprovada durante a noite por maioria.

As moções invocam "incapacidade moral permanente" da dirigente para exercer as funções de liderança, de acordo com documentos lidos na abertura da sessão parlamentar.

Dina Boluarte já foi alvo de várias tentativas de destituição, sem que nenhuma delas tenha sido bem-sucedida. Dessa vez, o processo foi aprovado, com o recuo dos partidos de direita e extrema direita que a apoiavam.

O Peru atravessa o pior período de instabilidade política da história recente, com seis presidentes em quase nove anos.

No poder após a destituição do presidente Pedro Castillo, num contexto de manifestações violentamente reprimidas que deixaram pelo menos 50 mortos, Dina Boluarte enfrenta impopularidade recorde.

O mandato ficou também manchado por vários escândalos, incluindo o "Rolexgate", relativo a relógios e joias de luxo que a líder não teria declarado, e uma rinoplastia realizada em julho de 2023, mantida em segredo, quando a lei a obriga a informar ao legislativo.

Nas últimas semanas, os protestos contra o governo se multiplicaram em Lima, face a uma onda de extorsões e assassinatos atribuídos ao crime organizado.

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